É comum ouvir falar ou ver nas redes sociais casos de insucesso em tratamentos estéticos, em que celebridades e personalidades da mídia acabam exagerando nos tratamentos e mudando, drasticamente, a aparência natural.
Neste sentido, recentemente, um conceito que vem sendo muito abordado nos congressos e eventos dermatológicos é a “Síndrome do rosto hiper preenchido” ou “Overfilled Syndrome”.
O termo faz referência ao excesso de volumização da face, em decorrência do uso inadequado e exagerado de preenchedores como o ácido hialurônico. O resultado, quando as aplicações são feitas sem a indicação correta, é o aspecto envelhecido da face, no qual o rosto parece “inflado” e desproporcional, o que é justamente o contrário do que o tratamento com senso estético propõe.
Nessas horas, vale o questionamento: afinal, existe limite para evitar exagero nos procedimentos estéticos?
No processo de envelhecimento acontecem, de forma resumida, dois fenômenos – a perda de volume das partes moles e estrutura óssea através de reabsorção e, ao mesmo tempo, ptose (queda) das estruturas profundas. Há assim, 3 subtipos de pacientes:
Se o médico injetor tenta fazer “todo o trabalho” apenas com os preenchedores, deixa-se de se abordar o importante componente da queda estrutural (não só da pele mas principalmente da estrutura que a sustenta – o S.M.A.S (sistema músculo aponeurótico superficial). O ditado popular nos ensina: “Se se usa apenas o martelo, tudo vira prego”.
Outra causa muito frequente é analisar a face apenas em repouso. Deve-se ter em mente que estamos sempre movimentando os diversos músculos da mímica e, portanto, o preenchimento que fica bonito em repouso pode ficar inestético ao movimento.
Existe sim um ponto de equilíbrio que deve ser respeitado, tanto pelo paciente como pelo médico. Reconhecer o perigo do exagero é o primeiro passo para realizar qualquer procedimento estético com segurança. Além disso, é fundamental ter em mente que todo tratamento tem como objetivo MELHORAR e REFINAR a beleza natural do paciente, sem precisar transformar de forma drástica a sua aparência ou mudar as suas caracteristicas individuais.
Durante o procedimento com preenchedores, para evitar resultados artificiais, é FUNDAMENTAL procurar um bom dermatologista, que tenha experiência e excelente senso estético. O médico deve:
Uma boa alternativa para otimizar os resultados nos tratamentos faciais e, ao mesmo tempo, tentar evitar o efeito de face “hiper preenchida”, é apostar na associação de outras técnicas em conjunto com o uso de preenchedores. Alguns procedimentos, com mecanismos de ações diferentes, são capazes (em alguns casos) de cumprir função semelhante ao ácido hialurônico, rendendo ótimos resultados na sustentação da face e evitando a volumização em excesso, como:
Técnica moderna que realiza a suspensão do sistema músculo aponeurótico superficial (conjunto tecidual que conecta os músculos faciais e a pele), por meio de fios especiais de sutura e fios farpados, elevando e reposicionando as estruturas faciais profundas que sofreram reabsorção e queda durante o processo de envelhecimento.
O SMAS LIFT com FIOS é realizado com os fios cirúrgicos tradicionais, usados há décadas, tanto na área da cirurgia plástica como na cirurgia dermatológica. Esses fios, apesar de elevarem áreas consideráveis do SMAS, abrangem poucos centímetros de tecido abaixo da pele e podem ser removidos com facilidade. Para melhor desempenho global, usamos fios absorvíveis farpados (com garrinhas) que ajudam a potencializar a fixação da pele às estruturas profundas, aumentando tanto a elevação como o reposicionamento volumétrico da face. O procedimento promove efeitos mais duradouros e visíveis no que diz respeito à elevação da pele e das estruturas profundas do rosto, evitando que o paciente se submeta à aplicação de grandes quantidades de substâncias preenchedoras. Assim, o SMAS LIFT com FIOS Promove um efeito “economizador” de preenchedores, prevenindo o efeito de Overfilled Syndrome . O procedimento não deixa cicatrizes e não demanda internação, sendo feito em consultório apenas com anestesia local. Os resultados podem ser observados imediatamente após o tratamento, mantendo-se por até 3 anos, principalmente quando associado a preenchimento com volume conservador de preenchedores, que têm duração superior a do ácido hialurônico
Tecnologia não invasiva que age por meio da emissão de ultrassom micro e macrofocado, provocando a coagulação, cicatrização de feridas e remodelação de colágeno em camadas profundas. O Ultraformer III melhora o tônus muscular e estimula a neocolagênese da pele, promovendo um efeito de lifting facial e definição do contorno do rosto. Na face, o equipamento consegue melhorar as rugas, promover um efeito de sustentação não cirúrgico e tratar a flacidez de áreas como a testa, pálpebras, sobrancelhas, região malar, o sulco nasogeniano, além da região submentoniana (papada) e o pescoço.
A aplicação dos bioestimuladores de colágeno, como o Ácido Poli-L-Láctico, (Sculptra®), a HIdroxiapatita de Cálcio (Radiesse®) e a policaprolactona (Ellanse®) também é uma boa alternativa para a sustentação do rosto e para a melhora de linhas finas, cumprindo a função dos preenchedores (em casos selecionados) – mas com menor ou nenhuma volumização. Essas substâncias aplicadas na pele são consideradas seguras e agem internamente estimulando a produção de colágeno para a melhora visível da espessura, firmeza e a textura cutânea. A escolha do melhor bioestimulador deve ser feita pelo dermatologista, após análise da face do paciente.
Depende. Existem alguns tipos de preenchedores que não são reabsorvíveis, ou seja, que só conseguem ser retirados por via cirúrgica. Por outro lado, quando o preenchimento é feito com o ácido hialurônico, substância biocompatível e absorvível, é possível diluir o produto por meio da aplicação de uma enzima chamada hialuronidase, atenuando o efeito de “hiper volumização”.
Mas lembre-se: a escolha de um dermatologista capacitado, em quem você confie, é fundamental para evitar a artificialidade em qualquer procedimento estético.